Foto postada por Eduardo Luiz Silva no site
viajamos.com.br e reproduzida aqui.
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A Passarela do Caranguejo
Por brasilsabor.com.br
Nada mais apropriado que os moradores de uma cidade
construída sobre um manguezal escolham o caranguejo como tira-gosto favorito. A
paixão dos aracajuenses pelo crustáceo é tamanha que existe até um local na
cidade destinado ao seu consumo.
A Passarela do Caranguejo é um trecho da Avenida Santos
Dumont, no final da Praia de Atalaia, onde se concentram inúmeros bares
especializados no preparo de caranguejo. De ambientação simples e informal, os
estabelecimentos são frequentados tanto por aracajuanos em horários de folga
quanto por turistas em visita a cidade. Apesar do intenso movimento durante o
dia, é com o cair da noite que o local vira uma alegre muvuca. Garotas
arrumadas desfilam de olho nos rapazes; casais de namorados se divertem martelando
as patinhas do crustáceo; pais, avós e crianças se agrupam em mesas compridas.
Em meio ao colorido espetáculo, os garçons não param de circular um minuto por
entre as mesas, servindo os crustáceos e recolhendo suas carcaças.
O pedido mais popular da passarela é o caranguejo cozido em
água e sal. Para saboreá-lo, o garçom entrega ao cliente uma pequena prancha de
mármore e um martelinho de madeira. Caso seja um iniciante no assunto, o
freguês deve pedir um babador para evitar sujar a roupa. Em seguida, inicia-se
a operação de martelar as patas do crustáceo e pinçar sua carne com as mãos.
Para melhorar o gosto, tempere-o com gotas de limão e pitada de sal.
Mas os bares oferecem muitas outras receitas e caranguejo.
Há casquinhas, patinhas à milanesa, fritadas, moquecas, pastéis, e empadas.
Outra tradição da passarela são as dezenas de vendedores de amendoim e de
castanhas. Equilibrando sacos imensos sobre a cabeça, os ambulantes oferecem o
produto, e fazem brincadeiras com seus supostos poderes afrodisíacos.
Com conversa regada à cerveja gelada ou caipirinha de frutas
regionais, é comum que os frequentadores da Passarela do Caranguejo tomem gosto
e viciem no ato de martelar as patinhas. Depois de algumas visitas, o cliente
fará como os nativos: ao se assentar, irá logo pedindo uma panela imensa com
uma dezena de caranguejos. Minutos depois, com a bacia de plástico lotada de
carcaças, chamará o garçom para dizer: “Foi pouco. Por favor, mais dez”.
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